Budapeste, descendo o Danúbio

Budapeste é verdadeiramente gigante… Pela sua história, pela grandiosidade dos seus monumentos, pelo caráter e pela alma que demonstra em cada esquina, pela forma como envolve o Danúbio. De um lado e do outro da margem é possível admirar cenários tão sublimes que me fazem sentir muito pequena. Vamos conhecer Budapeste descendo o Danúbio?

Ao descer o Danúbio (que fiquem desde já avisados que de azul não tem nada) vai ficar a conhecer um dos monumentos mais emblemáticos de Budapeste, o seu Parlamento. É um edifício magnífico cuja dimensão e grandiosidade se torna completamente impossível de ver em pleno da praça que se estende imediatamente à sua frente (Kassuth Lajos). O melhor local para admirar esta obra-prima é mesmo do outro lado do rio, da praça Batthyany. Dali é possível contemplar aquele que é um dos mais maravilhosos edifícios neogóticos da Europa. Mesmo com nevoeiro e um céu negro é impossível ficar indiferente à sua beleza.

Conhecer Budapeste descendo o Danúbio

Prosseguindo a viagem pelas margens do belo Danúbio chega à famosa Ponte das Correntes, a primeira a ligar Buda a Peste. Atravessei a pé (sim, a pé porque as pontes de Budapeste têm esta característica espetacular que é poderem ser atravessadas por peões), aproveitando para contemplar as duas torres e as enormes correntes que a sustentam e dão-lhe nome. A vista do rio, de ambos os lados é encantadora.

Ponte correntes Budapeste

Ainda vou a meio da ponte e já não consigo desviar os olhos do rústico funicular que me vai levar tranquilamente, colina acima, até ao castelo. Não há palavras para descrever este “elevador”… É absolutamente delicioso.

Conhecer Budapeste descendo o Danúbio

Depois da viagem colina acima, colina abaixo segui, pela margem, contemplando a paisagem até à Ponte Isabel, que já foi a mais longa ponte suspensa do mundo. Destruída durante a II Guerra Mundial foi reconstruída no pós-guerra, mas só voltou a reabrir 20 anos depois, em 1963. A sua reconstrução foi também ela uma pequena “guerra” visto implicar a destruição da Igreja Paroquial do Centro da Cidade. Esta igreja esteve seriamente ameaçada (os construtores da ponte e autoridades comunistas insistiam na sua destruição), mas conseguiu sobreviver. Agora convivem amigavelmente, quase tão juntas como duas siamesas.

Conhecer Budapeste descendo o Danúbio

O passeio pela zona ribeirinha do Danúbio pode ser feito a pé ou de elétrico, uma experiência inesquecível que também não pode deixar passar. Os elétricos são velhinhos, meeeesmo muito velhinhos. Mas com muito charme. Como se diz agora, são vintage! A viagem é curta, mas é divertida.

A paragem do elétrico onde escolhi sair fica imediatamente em frente ao Hotel Géllert, o mais icónico da cidade. É uma obra de arte secessionista com ar imperial. O seu estatuto assim o exige. As suas piscinas de águas medicinais são as mais famosas de Budapeste, descobertas no século XIII. O edifício, também ele bombardeado na II Guerra Mundial, foi reconstruído nos anos 1940, recuperando todo o seu esplendor. Até as suas estranhas torres de estilo ortodoxo, que parecem não pertencer ali, foram construídas para relembrar que este era o local dos antigos banhos turcos, fazem deste edifício um marco histórico de Budapeste.

Hotel gellert Budapeste

Depois deste passeio, e se ainda restarem algumas forças nas pernas, vale a pena subir a Colina Géllert ate à Cidadela. A subida não é fácil e fica-se sem ar nos pulmões, mas a vista é das mais espetaculares de Budapeste. Durante a subida não se esqueça de parar para contemplar as vistas.

Conhecer Budapeste descendo o Danúbio

Esta zona abriga algumas das maiores superstições e mistérios da cidade, histórias como a do assassínio do bispo que lhe dá nome (que ao que parece foi fechado num barril e atirado lá de cima) dão ainda mais caráter e personalidade a esta colina sinistra. No topo alto é possível visitar a Cidadela e o Monumento à Libertação. A Cidadela foi construída para intimidar os próprios cidadãos da cidade e reprimir revoltas. O Monumento é uma obra polémica construída com o propósito de homenagear um soldado desaparecido e acabou por homenagear todos os que morreram pela prosperidade da Hungria.

Conhecer Budapeste descendo o Danúbio
Budapeste

Depois da descida em S que me deixou meia enjoada e altura de voltar a atravessar o rio. Desta vez pela ponte que mais me fascinou, a imperial ou a modernista Ponte da Liberdade, também ela reconstruída após a II Guerra Mundial. O último rebite prateado foi-lhe colocado pelo Imperador Franz Joseph. Os seus pilares mais altos estão decorados com grandes estátuas de bronze de turul, uma espécie de falcão, o animal mais importante na mitologia húngara. O turul é um símbolo de poder, força e nobreza, ainda hoje  usado como símbolo nos casacos do exército húngaro.

Conhecer Budapeste descendo o Danúbio
Conhecer Budapeste descendo o Danúbio

Existe ainda tanto por ver e por descobrir em Budapeste. Esta é só uma das formas de conhecer esta cidade imperial. Vamos descer o Danúbio?

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