La Movida de Madrid

Madrid é um mundo cheio de energia e boa onda que é preciso conquistar. Madrid não se deixa conhecer em pouco tempo, mas fiquei arrebatada com a primeira visita. E, porque é necessário visitar Madrid tantas e tantas vezes para matar saudades da sua vida e da sua alegria deixo apenas o must see, ou seja, os locais de visita obrigatória para uma primeira visita.

Comecei pela Plaza Maior,  uma magnífica praça, coração da cidade e ponto de encontro dos madrilenos. Rodeada de bares e restaurantes é o local ideal para uma bebida de final de tarde ou um jantar descontraído enquanto aprecia a vida e dinamismo desta praça.

Visitei a seguir o Mercado de San Miguel que, para além das tradicionais frutas, legumes, carnes e afins, tem ainda espaços onde degustar algumas das iguarias locais como as famosas tapas, churros e vinho. Já aqui falei da minha paixão por mercados que mais uma vez se confirma por estes lados. Adoro os cheiros, as cores, os sons…e é definitivamente uma dos melhores locais par se provar comida local, sem pretensões.

Segui viagem para o Paseo do Prado, uma larga e frondosa avenida onde se encontram alguns dos mais importantes cartões de visita da cidade: a Plaza das Cibelles, a Plaza Lealtad, a Estação da Atocha e o Museu do Prado. Motivos mais que suficientes para dedicar por aqui algum tempo.

Museu Prado é o principal museu da cidade e um local de visita obrigatória, guardando uma das mais valiosas coleções de arte do mundo com peças tão famosas como Las Meninas, de Velazquez. Não vale fazer toda a visita a correr apenas para demorar cerca de três segundos junto à obra-prima de Velazquez. O museu tem muito mais para oferecer e se não tiver tempo para o conhecer com alguma calma, diria ser melhor guardar para uma próxima visita.

A Estação de Atocha é uma magnífica estrutura de ferro e vidro que alberga a maior e mais importante estação de caminho de ferro de Madrid. No seu interior pode ainda ser encontrado um mini-jardim botânico. Este é um dos pontos de maior movimento, em especial durante as horas de ponta e um excelente local para ficar a admirar os jeitos e trejeitos dos madrilenos, ricos em palavras, gestos, expressões. Nada lhes fica indiferente a tudo reagem com energia e de forma “castiça”.

A Plaza de Cibeles é a mais famosa praça de Madrid, com a sua fonte representando a deusa da natureza e da abundância. Esta praça é ainda dominada pelo atual edifício da câmara municipal, o Palácio de Comunicaciones. Antes de virar costas a esta Plaza, atravesse a rua para a Plaza de la Lealtad, uma praça arborizada dominada pelo edifício neoclássico da Bolsa e pelo luxuoso Hotel Ritz, com decoração da Belle Époque. Esta deslumbrante praça é totalmente tomada pela multidão madrilena para grandes comemorações seja do Real Madrid, seja da Seleção espanhola.


Seguimos agora por trilhos mais reais para o Palácio Real, a antiga residência dos Reis de Espanha (desperdício de Palácio para ninguém) que domina toda a Plaza Oriente, com a sua presença altiva e fachada impressionante.

Depois de uma visita real, sugiro continuar pelo lado sumptuoso da cidade e prestar uma visita à Catedral de la Almudena. É relativamente recente, tendo sido inaugurada pelo Papa João Paulo II em 1993. Apesar da sua fachada impressionante é o interior de inspiração gótica, em especial os tetos pintados de cores ricas, que nos vai roubar toda a atenção. Acabei por fazer uma grande parte da visita de cabeça virada para cima apenas para não perder nenhum detalhe de tão espetacular obra de arte.

E, porque já andei um bom bocado, é agora tempo de uma pausa. Que tal almoçar no Parque del Retiro? Este enorme parque é o pulmão da cidade e o local ideal para um passeio de final de tarde, um picnic, descansar na relva, um passeio de barco, entre tantas outras atividades. Perdi-me nos seus cantos e recantos, em especial La Rosaleda, o Roseiral, que na primavera deslumbra não só pelas cores de milhares de rosas mas também pelo seu aroma que se espalha por todo o espaço. Outros locais por onde deve passar são o Palácio de Cristal, um edifício todo em ferro e vidro, à beira do lago, impressionante pela sua construção, o lago e a Estátua do Anjo Caído.

Com a energia recuperada segui para essa glamourosa Avenida que é a Gran Via. No entanto, se vai com os trocos contados o melhor é abreviar o passeio por estes lados. Aqui se localizam as principais lojas de grandes, pequenas e médias griffes internacionais que nos vão dar vontade de gastar tudo o que temos e mais um pouco. Resista à tentação admirando a arquitetura grandiosa dos edifícios que cercam ambos os lados da Avenida.

Mesmo no início da Gran Via temos a Plaza de España, dominada pelos primeiros aranha-céus de Madrid (medonhos!), um dos quais completamente abandonado, dando um ar sinistro a este lado da praça. É um local estranho, esmagado por enormes edifícios e cuja beleza se fica a dever quase em exclusivo aos jardins floridos à e à estátua central que homenageia Cervantes, o autor de Don Quixote.

Segui caminho para me perder nas ruas de dois dos mais animados bairros de Madrid, Chueca e Malasana, separados pela Calle Fuencarral, uma das mais coloridas ruas de Madrid, com lojas originais e extravagantes. É por estes lados que conheci outro lado de Madrid, mais moderno e sem preconceitos.

E já que falo de locais emblemáticos e únicos, sugiro passar pela Puerta del Sol. É ponto de encontro dos madrilenos e de visitantes de todo o mundo. É aqui que se encontra o quilómetro zero das estradas espanholas e também a famosa estátua do urso e do medronheiro, símbolo da cidade. A praça é ainda dominada pela Casa de Correos.

Termino com mais um museu. Na verdade, Madrid tem muitos e bons Museus, mas em viagens curtas (2/3 dias) tive que fazer algumas opções e o Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía não pode ficar de fora. Porquê? Porque este é um dos mais excitantes museus do mundo, albergando obras impressionantes de grandes nomes da pintura mundial tais como Joan Miró, Dalí e Picasso. Motivos mais que suficientes para uma visita. A estes pontos de interesse junto a hipótese de conhecer ao vivo e a preto/branco uma das obras mais emblemáticas de Pablo Picasso e a peça central do Museu, Guernica.

Como ir e onde ficar: Madrid fica aqui mesmo ao lado e é possível, com algum planeamento e antecipação, encontrar hotéis em zonas estratégicas (nós ficamos na Calle da Atocha a cinco minutos de algumas das mais animadas praças da cidade e a 10 da Plaza Mayor). Dada a curta distância, menos de uma hora, é também possível encontrar voos baratos, basta algum trabalho de pesquisa, cruzar preços e datas. Não tem nada que enganar.

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