Gent, uma viagem à era medieval

Gent é uma pequena cidade da Flandres por muitas vezes esquecida (muito devido à sua charmosa vizinha, Bruges), mas que para quem está de passagem por Bruxelas deverá considerar no roteiro. A cidade é uma das melhores descobertas que já fiz.

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A pé por Gent

Gent é facilmente percorrida a pé e pode ser descoberta em apenas um dia (ou menos). O ponto de partida é normalmente a praça de St. Bavo e foi daqui que comecei a visita. Desta praça, entrei no centro histórico onde se encontram inúmeros monumentos medievais e as suas três famosas torres a Catedral de St. Bavo, a Belfry e a Igreja de St. Nicholas.

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O Belfry é campanário municipal e um dos marcos da cidade, símbolo da sua independência. Foi classificado Património da Humanidade da UNESCO. Do topo dos seus 91 m de altura, encontra-se um peculiar vigia, um dragão que dizem guardar a cidade. Está talvez a guardar o valioso carrilhão de 54 sinos, usado para concertos todas as sextas-feiras e domingos.

A não menos famosa Catedral de St. Bavo, é sobretudo reconhecida por albergar o Retábulo do Cordeiro Místico dos irmãos Hubert e Jan van Eyck, datada do século XIII e pelos seus maravilhosos vitrais. Como qualquer catedral que se preze, a sua construção durou vários séculos.

A última, mas não menos grandiosa torre que rasga os céus de Gent, a da Igreja S. Nicolau, foi construída por mercadores no século XIII e XV.

Ainda no centro, não pode dispensar um olhar atento à obra-prima de estilo renascentista que é a Câmara Municipal e cuja construção se prolongou por quase um século. E passar pela agitação organizada da Vrijdagmarkt, uma praça central onde antigamente tinha lugar as reuniões públicas e as decapitações.

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Saindo do Centro, segui em direção ao grandioso castelo medieval datado de 1180. Foi residência dos condes da Flandres e é mais um exemplo do passado medieval da cidade. Ao perto não passa de um rude amontoado de pedra, mas quando lhe dei algum distanciamento e o admirei a fazer sombra sob o canal, consegui apreender a sua força, resultado de séculos de histórias.

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Segui a rede de canais até à pitoresca Het Huis van Alijn, uma fileira de casas caiadas de branco que foi, no século XIV, um hospital para crianças e guarda atualmente um museu etnográfico com peças do dia a dia de 1890 a 1970.

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Voltei para o rendilhado de estreitas ruas sempre junto aos canais e segui pela Graslei uma rua pitoresca ladeada de casas de guildas algumas datadas do século XII. Aqui pude ver o edifício da guilda dos barqueiros livres e a guilda dos medidores de cereais, decoradas com motivos alusivos às respetivas atividades, entre outros exemplos extremamente bem preservados.

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Deixei-me envolver pela cidade e cruzei-me ainda com outras surpresas como a ópera clássica, construída em 1837, como a Klein Begijnhof, a pequena beguinaria (grupo de pequenas construções, usadas pelas Beguinas, mulheres religiosas que serviam a Deus retirando-se do mundo), uma das três que existem em Gent, como o Dulle Griet, um canhão com 5 metros de comprimento e 16.000 kg, ou o grande pavilhão da carne construído em 1407. Todos eles partilham uma característica comum, são marcas de um passado histórico numa cidade jovem, muito graças aos cerca de sessenta mil estudantes que acolhe, ou não fosse Gent maior cidade universitária da Flandres.

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