Dublin é parece ter parado no tempo. Prédios de tijolos e fachadas únicas e coloridas, prédios baixos, monumentos intocados, catedrais e igrejas centenárias, um castelo medieval, bares escuros de madeira. A estes argumentos junta a animação noturna de qualidade. É ideal para conhecer a pé, fechando o mapa e seguindo as ruas ao sabor da corrente. Dublin é uma cidade com uma pitada de Guinness
O coração da cidade bate em redor do Trinity College. Nesta zona podemos encontrar o imponente edifício Georgiano do Banco da Irlanda, construído para ser o Parlamento, a Grafton Street, uma rua pedestre e um dos principais pontos de compras com diversas lojas e ainda colorida com artistas, a igreja de St Ann, a Mansion House e o St Stephen’s Green, um calmo jardim construído no meio dos prédios.
É muito fácil passar uma manhã ou uma tarde nesta parte da cidade. Passear na Grafton Street e ver o movimento e as montras das lojas, admirar os artistas de rua ou beber uma cerveja num dos inúmeros Pubs. Visitar o centenário Trinity College e assistir a um jogo de rugby, descansar na relva, visitar a Antiga Biblioteca (e já agora o Book of Kells, um dos mais antigos e decorados livros da Irlanda) ou simplesmente admirar os diversos edifícios e os seus segredos.
Percorrer o St Strephen’s Green e talvez relaxar à beira do lago ou num dos inúmeros bancos espalhados pelo espaço. Descobrir alguns imponentes edifícios governamentais, o Museu Nacional da Irlanda, o Museu de História Natural e a Biblioteca Nacional, e a Merrion Square. Esta praça está rodeada por Museus, casas sumptuosas e pelo jardim “guardado” por Oscar Wilde, o provocador e controverso escritor irlandês.
Seja você mesmo. Todas as outras personalidades já têm dono.
Oscar Wilde
Depois do coração da cidade seguimos para o local onde nasceu e cresceu. Nesta zona encontramos o Castelo de Dublin, a antiga Christ Church Cathedral, a Câmara Municipal e, um pouco mais afastada mas não esquecida, a St Patricks Cathedral. O Castelo é um imponente edifício que apesar de passar meio despercebido no meio da cidade reúne um conjunto de impressionantes edifícios e um jardim construído em cima do Dubh Linn, uma “piscina” de agua negra que deu origem ao nome da cidade.
A Christ Church Cathedral é a mais antiga igreja da cidade e uma das mais grandiosas. Foi construída em 1030, tem origem Viking e um grandioso interior com uma nave de 25 m. Uma das suas maiores curiosidades é que do lado norte a parede inclina-se para fora cerca de 50 centímetros devido ao peso do telhado de origem. A sua cripta é também única, incluindo uma parte do guarda-roupa da famosa série “Os Tudor”, cujas cenas foram também filmadas nas suas imediações.
Saindo para a luz, após a visita à sombria catedral, seguimos em direção aquela que é a maior igreja irlandesa, St Patrick’s Cathedral. A igreja nasceu no local onde alegadamente existiria um poço onde Str Patrick baptizava os convertidos ao Criatianismo. O edifício original foi construído em madeira e reconstruído mais tarde em pedra. Hoje St Patrick é a Catedral da Igreja Protestante da Irlanda.
Para encerrar as atracões desta zona deixei a incontornável Temple Bar, local que é o chamariz dos muitos milhões de visitantes que anualmente visitam a cidade. Temple Bar é a zona mais animada e entusiasmante da cidade. E não é só pelas dezenas de bares que por ali podemos encontrar.
Aqui podemos também encontrar algumas lojas únicas que vendem desde produtos de todo o mundo, até chocolates, tatuagens, mercearias, etc, artistas de rua de alta qualidade, galerias de arte, design e fotografia, centros de música e sobretudo muito boa disposição. A animação dos bares começa às 10h30, todos os dias, e prolonga-se até à 1h da manhã, nos dias de semana, e até às 2h30 à 6ª feira e sábado. E é definitivamente uma experiência que temos que ter. A música é de grande nível, todos os músicos procuram manter-se fieis às raízes celtas, através dos temas escolhidos e dos seus instrumentos. A animação é simplesmente contagiante e até as canções mais regionais, que não conhecemos, acabam por fazer parte do nosso reportório, sempre com um pint de Guinness (ou de outra cerveja qualquer) na mão.
Dublin é cortada ao meio por um canal que separa a cidade antiga, do desenvolvimento pós século XVIII. Esta zona da cidade estende-se a norte deste canal e à volta da O’Connell Street, uma impressionante avenida rodeada de grandiosos edifícios, ruas comerciais, monumentos históricos como o Rotunda Hospital, o General Post Office, o monumento a Daniel O’Connell, entre outros. Ainda nas suas imediações recomendo uma visita ao Moore Street Market, a destilaria de Old Jameson (não estivéssemos nós na Irlanda), a Custom House, um monumental edifício que domina a margem norte, e a Henry Street (e ruas adjacentes), uma rua pedonal muito interessante para o Shopping.
A viagem pela terra de vikings e celtas não está terminada sem uma visita àquele que é um dos mais visitados “monumentos” da cidade, a Guinness Storehouse. Fica um pouco fora do centro da cidade (cerca de 20 minutos a pé), mas é O local onde todos têm que ir. A experiência é muito interessante até para quem não bebe (que deve ir acompanhado de quem bebe que aproveita a dobrar). Mas sobre este tema falaremos depois…
Dublin foi uma agradável surpresa. Fiquei apaixonada pela cidade, pelo seu bom ambiente, pessoas divertidas e calorosas, com uma preocupação única de manter a sua história e cultura vivas. Quero muito, mas mesmo muito voltar.
Como ir e onde ficar: existem voos diretos de diversas companhias. Fiquei no Hotel Fitzsimons cuja localização não podia ser melhor, no coração de Temple Bar a minutos de todos os locais de interesse. Claro que o silêncio para dormir era cerca de 0, mas por duas noites valeu bem a pena.
Deslocações: Do aeroporto para o centro da cidade existem uns autocarros muito práticos que fazem diversas paragens e custa apenas 6€. Os táxis também são uma boa opção e uma viagem até ao centro fica à volta dos 20€ – 25€. Na cidade andamos sempre a pé, é plana e relativamente pequena. Afinal esta continua a ser a melhor forma de conhecer uma cidade.
É dos sítios que mais temos curiosidade em conhecer. Este tipo de partilhas é extremamente importante. Um bem-haja!