Como a maioria dos destinos do sudoeste asiático, Myanmar não se deixa ver todo em poucos dias. É preciso persistência, tempo e muito espírito de aventura e forca de vontade para voltar para casa. Aqui fica o roteiro de 10 dias em Myanmar.
Se não tem a vida toda ou pelo menos um mês para conhecer este país inesquecível, descubra como em duas semanas pode ficar a conhecer alguns dos principais pontos de interesse e como otimizar da melhor forma o tempo disponível. Garanto que no final das duas semanas, parecerá que esteve lá muito mais tempo.
O itinerário numa linha:
Yangon (3 dias) – Bagan (2 dias) – Mandalay (4 dias) – Inle Lake(2 dias) – Yangon (2 dias)
Dias 1-3: Yangon
O que visitar:
- Pagode Shwedagon, o templo budista mais reverenciado do país
- Bairro Colonial, uma mistura de tradição, modernidade, com prédios coloniais e modernos, igrejas, mesquitas, templos budistas e hindus, mercados e restaurantes.
- Ngar Htat Gyee onde se encontra um dos mais impressionantes Budas sentados de Myanmar.
- Kyauk Htat Gyi e o seu colossal Buda reclinado
- Catedral de Santa Maria, a maior igreja católica do país
- Pagode Sule, localizado no centro de uma rotunda, marca a entrada na zona histórica
- Zona Ribeirinha, onde palpita a vida comercial da cidade
- Pagode de Botataung, um dos santuários mais venerados do país, cujo nome significa “1000 oficiais militares”.
- Mercados << Bogyoke Aung San
- Cemitério de Guerra de Taukkya, onde estão milhares de soldados da Commonwealth que morreram na II Guerra Mundial





Onde ficar: a dimensão da cidade exige que se verifique a localização do hotel, se a mesma é conveniente e perto de algumas atrações. Recomendo, por isso, o G Hotel Yagon. Fica perto da zona histórica (15 minutos a pé).
Como se deslocar: sempre que possível a pé. Outras opções são o táxi ou o tuk tuk, rentabilizando o dia para conhecer ao máximo a cidade.
>>> Descubra mais sobre Yangon.
Day trips:
Bago
Bago, a antiga capital do II Império Birmanes que fica a cerca de 90 minutos de Yangon.
O que visitar:
- Schwemawdaw, um pagode dourado com uma cúpula com 114 de altura;
- Templo Hintha Gon, localizado no topo de uma colina junto a Schwemawdaw;
- Palácio de Kanbawzathad, residência de um dos mais poderosos reis birmaneses;
- Nawdawgyi Myathalyaung, um gigantesco buda reclinado de 76 m;
- Schwetalyaung outro gigantesco Buda reclinado, de “apenas” 55 m de comprimento e 16 m de altura;
- Pagode de Kyaik Pun, com os seus 4 budas sentados com mais de 25 m de altura.
Como chegar: para otimizar o ideal é alugar um carro ou um guia privado, cuja principal vantagem é ficarem a conhecer a história e as estórias de Bago.
Thanlyin + Kyauktan
Uma mão-cheia de pontos de interesse podem ser encontrados quando nos afastamos do centro da cidade, como as povoações de Thanlyin e Kyauktan
Thanlyin é uma pequena localidade a 17 km de Yangon.
O que visitar:
. Ruínas da primeira igreja católica do território de origem portuguesa.
. Pagode Kyaik Khauk, templo com 800 anos que se diz conter cabelos do Buda.
Kyauktan é uma pequena povoação a 20 km de Yangon.
O que visitar:
. O seu magnífico pagode no meio do rio — Pagode Ye Le;
. O mercado junto ao rio


Como chegar a Thanlyin e Kyauktan: através de táxi (podem pedir no vosso hotel ou negociar diretamente) ou contratando um guia privado (a minha opção). Para os mais aventureiros, podem alugar uma scouter.
>>> Descubra mais sobre Thanlyin e Kyauktan.
Dias 4 e 5: Bagan
O maior complexo de templos budistas, estupas e mosteiros do mundo, mais de 2000, património da UNESCO.
O que visitar:
- Templo de Ananda, o mais venerado pelos budistas birmaneses e conhecido pelos seus quatro budas dourados;
- O templo Shwezigon, com a sua enorme cúpula dourada e a árvore Chayar que floresce durante todo o ano;
- O Sulamani, cujas pinturas morais estão ainda magnificamente preservadas;
- O Htilominlo, um templo triunfante cuja torre central atinge os 46 m de altura;
- A zona histórica de Bagan: Porta de Tharabar e as muralhas da cidade e um conjunto de templos menores e menos conhecidos;
- As indústrias familiares que produzem peças de artesanato lacadas.
Como chegar: de Yangon para Bagan a forma mais rápida é de avião, não chega a demorar uma hora e a experiência de aterrar no aeroporto local é um momento bem divertido (não vou contar para não estragar). Do aeroporto até à cidade existem táxis disponíveis mesmo à saída do aeroporto.
Onde ficar: recomendo o Bagan Thande Hotel. Segundo os taxistas é o melhor de Bagan e com a varanda para o rio de onde vi um espetacular por de sol não foi difícil acreditar.
Como se deslocar: de e-scouter, que podem ser alugadas no hotel e são muito fáceis de conduzir, de carroça ou de carro alugado.
>>> Descubra mais sobre Bagan.
Dias 6 a 9: Mandalay
O que visitar:
- O Palácio de Mandalay
- O Monte de Mandalay
- Mercado Zegyo
- Templo de Mahamuni
- Mosteiro de Shwe In Bin Kyaung
- O templo de Eindawya
Como chegar: de Bagan para Mandalay podem seguir de autocarro que demora uma vida por as estradas serem más, de avião, de barco. Fui de carro, aproveitando ser um pouco mais rápido que o autocarro, deu para conhecer um pouco melhor o interior de Myanmar.
Onde ficar: fiquei no Bagan King, opção que recomendo. Era bem localizado, junto a zona de animação noturna e a cerca de 25 minutos a pé do palácio.
Como se deslocar: sempre que possível, sempre que estiver cansado de tuk tuk.
Day Trips:
Amarapura
Antiga capital birmanesa, cujo nome significa “Cidade da Imortalidade.
O que visitar:
- A ponte de U Bein, a ponte de madeira com mais de 1 km que é altamente instagramável ao por do sol;
- O mercado que cresceu na entrada da ponte
- A pequena aldeia do outro lado da ponte.
Descubra mais sobre Amarapura.
Como chegar: a forma mais típica é de tuk tuk. É um passeio simpático e bem negociado não fica caro.
Inwa + Mingun + Sagaing
Inwa
Foi a capital birmanesa com maior duração, cujos vestígios são visíveis até hoje.
O que visitar:
- Pagode de Htilangshin
- Schwedigon, o maior templo de Inwa
- O pagode de Nogatataphu, cuja estupa dourada sobressai acima dos campos de arroz
- O mosteiro de Maha Aungmye Bonzan Kyaung, um dos poucos edifícios sobreviventes originais
- A Torre de Nan Myin, inclinada desde o terramoto de 1839 fazia parte do complexo do palácio
- O mosteiro de Bagaya Kyaung, um dos poucos mosteiros de madeira que ainda resistem
Mingun
Conhecida quase exclusivamente pelo gigante pagode que ali começou a ser construído e nunca foi terminado.
O que visitar:
- Pagode de Pahtodawgyi, um templo que, caso tivesse sido terminado seria o maior do mundo, com uma altura superior às pirâmides egípcias
- Settawya, o pagode branco construído para abrigar uma pegada do Buda
- Hsinbyume, o pagode branco mais instagramavel de Myanmar
- O grande sino de Mingun, com mais de 90 toneladas é o único no mundo com este tamanho que ainda toca
- A aldeia envolvente


Sagaing, é um pequeno monte a cerca de 20 km de Mandalay, local de grande espiritualidade onde residem mais de 6000 monges.
O que visitar:
- Soon U Ponya Shin, localizado no topo da colina de Sagaing;
- Templo de Umin Thounzeh, conhecido pelas 45 imagens do Buda colocadas lado a lado;
- Pagode de Kaunghmudaw com 46 m de altura;
Como chegar: contratei guia local que variou os meios de transporte ao longo de todo o dia, o que foi ótimo. Fomos de barco até Mingun, que conhecemos a pé. A Inwa chegamos de carro, seguido de barco para a travessia do pequeno rio, e conhecemos a aldeia de carroça. Para Sagaing fomos de carro e subimos a encosta a pé.
Descubra mais sobre Inwa, Mingun e Sagaing
Dias 10 e 11: Lago Inle
O Lago Inle é um mundo à parte, onde os seus habitantes construíram um estilo de vida em estacas de bambu e madeira.
O que visitar:
- Nyaungshwe, a aldeia que é a porta de entrada no lago
- A “floresta” de estupas de Shuwe Inthein, complexo com mais de 1000 estupas
- Inpawkhon, vila onde se concentra a maior centro de produção de seda
- Os jardins flutuantes de Intha
Como chegar: mais uma vez, o avião é a opção mais rápida e mais uma vez o aeroporto é delicioso de tão rústico.
Como se deslocar: na pequena povoação de Nyaungshwe a pé. No lago, obviamente de barco, apesar de em algumas aldeias existirem alguns passadiços de madeira onde podemos passear.
Descubra mais sobre Inle Lake [brevemente]
Dias 12 e 13: de volta a Yangon
Linha Circular de Yangon, um loop de 46 quilómetros com a duração de cerca de três horas, uma das melhores formas de conhecer a vida local.