Em 1933 um dos mais importantes generais nazis, Himmler, mandou construir um dos primeiros campos de concentração da Alemanha, as portas de Munique. Dachau tornou-se um dos mais importantes campos de Concentração e o único que se manteve durante todo o III Reich. No final da guerra mais de 200 000 prisioneiros passaram por este campo, mais de 43 000 aqui pereceram. Dachau tornou-se ao longo dos anos no campo modelo e no campo de treinos para outros do mesmo género.
Dachau, uma viagem ao inferno
Mas mais do que uma memória negra, Dachau pretende ser um local de memória e de homenagem a todos os que por aqui passaram e aqui ficaram. Por aqui reina o silêncio e a contemplação, cada um tentando em vão imaginar ou visualizar como seria este campo nos seus tempos de atividade.
Na visita passei pela Jourhaus, o ponto de passagem para o inferno e a entrada no campo, ironicamente marcado pela famosa citação “Arbeit macht frei” (o trabalho liberta), pelo pátio de chamada, pelo local onde estavam localizados os barracões onde se abrigavam os prisioneiros e até pelos próprios barracões, cujas condições eram poucos mais que rudimentares.





Com relutância segui até a um dos pontos mais negros do campo, a zona do crematório e da câmara de gás. Fiz o caminho devagar. Algures ocorreu-me que talvez fosse um local tão brutal que não deveria ver, mas segui caminho e entrei no Barracão com a alma apertadinha. É um espaço frio e sinistro que me deixou fisicamente arrepiada e doentes só de pensar em todo o sofrimento que por ali passou.
Saí do apertado espaço para o caminho que marca o eixo principal do campo, um trilho que corre entre os dois corredores de barracões, num total de 34. Cada barracão foi construído para albergar 200 prisioneiros, mas no fim da guerra albergava mais de 2000.



Prossegui pela visita ao Museu aonde voltei a percorrer uma história já muito conhecida, personalizada neste campo, e os processos a que os prisioneiros eram submetidos na sua chegada.
Antes de terminar a visita passei ainda pelo bunker, prisão para prisioneiros especiais, pelos memoriais na entrada do Museu: o Monumento, as inscrições simbólicas e o Relevo com os triângulos cujas cores diferentes simbolizam os diferentes “tipos” prisioneiros.




Parti de Dachau abstraída da paisagem e do espaço, meditando no que vi e ouvi e como pode, em tempos, ter existido tal local de horror…